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Monverath

Os monverath (singular monveran) são criaturas aladas de voo lento que moravam no Paraíso, na Velha Aragus. Groweni, A Bela, lhes deu imortalidade para que protegessem a floresta e lutassem contra os dragões de Yeranvath. No entanto, treze deles abandonaram a tarefa e, liderados por Havar, fugiram para o noroeste, onde ficaram nas planícies e montanhas de Haldom.

Mais tarde, os ivirezes migraram do lago Sone para o oeste, provavelmente devido à Peste, e encontraram os animais alados. Os antigos issacerezes (ivirezes de cabelos dourados) foram os primeiros a estudá-los. Aprenderam a se comunicar com eles e tornaram-se Senhores de Haldom, utilizando os monverath em seus intentos. Os ubarezes (ivirezes de Talpek) sempre foram avessos aos monverath, e permaneceram na Floresta Talpek, fora do domínio dos issacerezes.

O mais temido dos monverath foi Havar, que morava na Montanha Atokuzi, e exigia sacrifícios humanos. Seu poderio trouxe indignação dos outros monverath. Alguns acabaram traindo-o na famosa Batalha dos Gritos. Ele ficou enclausurado nas raízes de Atokuzi até a eternidade. 

Nesse período (até 340 E. R.), issacerezes foram responsáveis por atos cruéis, caçando rebeldes e sacrificando-os nos túneis da montanha. Desde então, embora reconhecidos como eruditos, são mal vistos por boa parte do povo. Os treze monverath que fugiram do Paraíso são:

Havar, A Morte,

Lúminar, A Luz,

Morgoly, O Salvador,

Húria, A Voadora,

Malbek, O Caçador,

Talpek, O Fantasma,

Sórum, O Impiedoso,

Hundar, A Guerreira,

Hávis, O Dócil,

Súmare, A Esperança,

Ant, O Carniceiro,

Angar, O Veloz e

Glotis, O Guloso

Em O Sangue da Deusa, descobrimos mais um: Dridah, O Vidente, que é símbolo dos issacerezes. Sua cor dourada fez com que os ivirezes o confundissem com Sórum. 

Embora tenham negado proteger o Paraíso, a missão ainda parece exercer algum efeito neles, já que continuam imortais. Por exemplo, Húria, A Voadora, protege a Floresta das Grandes Árvores; Sórum, O Impiedoso, guarda as estradas do Ermo; e Lúminar, A Luz, irmã de Havar, impede o ataque dos lobisomens sobre os alvanes de Alvatheon, pelos quais ficou conhecida como o Espírito Branco. 

Em O Sangue da Deusa, Docus sonha com um monveran, vendo-o como um dragão branco com asas de águia seguido pelo sol. Embora ele não perceba no momento, o sol simboliza a tarefa de protetores imbuída aos monverath por Groweni, pois o mesmo astro foi criado para enfraquecer os seres da sombra.

"— Os issacerezes me disseram — falou Docus. — que a monveran Lúminar vai aparecer nas montanhas desde que contei para eles sobre um sonho que tive.

— E que sonho era esse?

— Um dragão branco e de asas de águia brilhava nas montanhas — respondeu Docus. — E um sol surgia na Cachoeira Ant. Eles acreditam que seja a monveran Lúminar, mas desconfio que não queiram só vê-la ou saber que ela está em Haldom."

(O Velho de Umilzend, O Sangue da Deusa)

Lúminar, A Luz

Lúminar é uma monveran associada à luz, mais especificamente à luz da lua. Segundo as lendas, suas escamas resplandecem diante da lua e suas lágrimas são capazes de formar arco-íris. Havar, a Morte, e Lúminar, a Luz, são considerados irmãos, embora sejam bastante diferentes na forma e na personalidade. A monveran foi tão amada que chegou a ter os próprios seguidores, os Issacerezes de Lúminar. No entanto, ela deixou Haldom há muito tempo, com a promessa de que jamais voltaria.

"Uma estátua branca fora esculpida na parede mais ao fundo, com certeza de um monveran. As asas erguiam-se como se fosse saltar em um voo, e a cabeça estava voltada para a frente com o olhar rígido e os dentes pontudos à mostra. As pernas compridas e traseiras seguravam o solo, suas garras afiadas se abriam para um ataque. A cauda com uma seta apontava para a entrada como o ferrão ágil de um escorpião. Em meio às várias marcas desenhadas em sua pele, uma era bem notável. Possuía uma tonalidade azulada e girava ao redor do pescoço, parecendo um colar de safiras."

(Descrição da estátua de Lúminar esculpida pelos Issacerezes de Lúminar, Histórias dos Monverath, O Sangue da Deusa)  

As escamas brancas a camuflam nas nuvens e na névoa, mas ela não é completamente branca. Seus olhos são azuis e uma cicatriz escura marca o pescoço na forma de um colar. De acordo com a lenda As Lágrimas de Lúminar, que descreve a queda de Havar, ela mesma fez tal cicatriz quando impedida de lutar contra o irmão. Após o trágico evento, ela partiu de Haldom ao nascer do dia. Durante o voo, suas lágrimas marcaram o céu com o arco-íris e a terra com o orvalho, anunciando a prisão do irmão, bem como a triste morte dos companheiros da monveran.

"As asas brancas da criatura emitiam o leve brilho do sol enquanto ela voava bailando pelos montes, sem que esses prejudicassem seu trajeto. Nuvens prateadas e velozes a ocultavam de vez em quando, semelhantes a uma névoa densa e comprida a esconder um barco nas águas do mar.

(...)

Parecida com a estátua, Lúminar não fazia menção de esconder suas garras sujas e afiadas. As asas desceram rapidamente, e a monveran tremeu ao sentir o toque gelado dos pingos da Cachoeira Ant. Virou-se para Docus com um olhar curioso, deixando-o ver seus olhos azulados e brilhantes em sua face esbranquiçada. As orelhas pontudas tinham a forma de pequenos cifres cinzentos. Uma marca em seu pescoço se destacava, semelhante a um colar fino e ondulado, com pedras azuis iguais a seus olhos. No mesmo instante no qual as asas se fecharam, suas pernas traseiras seguraram a terra e a cauda pontuda relaxou, encurvando-se sobre o chão."

(Descrição de Lúminar, Entre Nuvens e Árvores, O Sangue da Deusa) 

Dentre suas características físicas, também merece destaque a ponta da cauda em forma de seta, ou folha afiada, indicativo de natureza violenta, diferentemente da ponta da cauda de Súmare e Havis que possuem a forma de leque aberto, indicativo da natureza dócil destes últimos.

Lúminar permaneceu nas florestas alvânicas por muito tempo. Mesmo não sendo cultuada pelos povos dali, ela os protegia do avanço dos lobisomens. Recebeu o nome de Espírito Branco, pois só aparecia à noite. Talvez tenha tido algum contato com os Grifos de Malbek, já que eles a mencionam em determinado momento. E em 999 da Era dos Reinos, Lúminar retorna à sua terra natal, sem nenhum motivo aparente, e ainda, sem se revelar para os seguidores dos monverath.

Húria, A Voadora

Em breve.


 

 

 

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