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Bilvoques

Bilvoques (pl. bilvockir) são animais quadrúpedes herbívoros como os cavalos, mas seu corpo é totalmente revestido por uma carapaça semelhante à madeira. O dorso é coberto por pelos iguais à grama seca. Não possuem cauda e apenas uma garra entre os cascos fendidos. 

Nativos da porção oeste da Floresta Mãe, vivem em bando, mas se isolaram da Floresta Escura devido aos incêndios e desmatamentos, preservando-se em Alvatheon, A Floresta Alvânica.

Não são citados nas Guerras dos Tempos Antigos, indicando que não participaram do conflito, embora a carapaça de madeira lhes dê certa resistência e sejam conhecidos pela velocidade. Podem correr sem descanso por longos períodos e em terrenos sem vegetação, pois também se alimentam de pedras (geralmente quando estão famintos). 

Talvez tenham sido usados como montaria pelos alvanes da luz, uma vez que esses alvanes percorriam a Floresta Mãe muito rapidamente, mas sua aparência deve ter confundido os humanos, que os tomaram como espíritos das árvores. Isso explicaria a inexistência dos registros.

Mais tarde, os alvanes de Alvatheon perceberam seu potencial para a guerra e passaram a treiná-los em Mineth-ran, o Reino de Mineth.

Também foram usados em relações diplomáticas. Amonir, rei trorivastiano, trocou seus melhores cavalos por um grupo de bilvoques em 395 E. R. para estabelecer o livre tráfego de humanos e alvanes em Trorivast e em Alvatheon, e por isso ficou conhecido como O Companheiro das Terras Verdes

No entanto, sem conhecerem o potencial dos bilvoques, ou por simplesmente não serem capazes de treiná-los, o rei desprezou os animais, deixando-os livres nos campos. 

Mais tarde, em 473 E. R., o novo rei Mondinon plantou Cloribeth no centro do reino em lembrança à esposa assassinada. A árvore do paraíso cresceu tanto que alcançou os céus, atraindo os bilvoques que passaram a morar em sua sombra.

Só foi mesmo com Casudirah, o Rei Poeta, que os bilvoques tiveram algo para chamar de lar em Trorivast. O rei, havia se encantado com a bilvoque vermelha, Anári, e aprendera como treiná-la (819 E. R.). Romântico como era, Casudirah desprezava todas as funções de rei, acabou desviando impostos para a construção do Campo dos Bilvoques e para os artistas do reino. 

Após o Rei Poeta recusar um conflito armado com os povos do deserto em 827 E. R., Anári foi encontrada morta no Lago da Lua. Ninguém nunca soube se fora alguém da corte ou das camadas populares que havia cometido tal atrocidade.

Casudirah também foi encontrado morto pouco depois, no mesmo ano. Segundo os poetas, havia se suicidado; segundo a corte, havia tropeçado e caído da Torre Vermelha; e segundo os teóricos da conspiração, havia sido empurrado.

Mas o Campo ainda existe, e lá homens e bilvoques se exibem lado a lado com acrobacias, torneios e corridas espetaculares. É a primeira coisa que os viajantes veem ao atravessar os pesados portões de Marnoth e entrar na majestosa Cidade de Trori.

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